quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Daniel na cova do leão

Hoje antes de sair de casa para ir à escola, havia prometido a si mesmo não mais querer se meter e querer resolver problemas que não lhe dizia respeito. Ledo engano. Ao chegar para tentar reestruturar o seu mais antigo e querido projeto, até estranhou o silêncio e a tranqüilidade daquela tarde e agradeceu ao seu mestre Jesus por mais um milagre. Era a calmaria antes da tempestade que estava por vir e ele sem saber estava no olho do furacão. Quando estava na sua tarefa dentro da sala projeto, iniciou-se uma tremenda balburdia e ao abrir a porta deparou-se com uma multidão de alunos enfurecidos e incitando mais uma briga. A turba sempre se regogizou com o sangue e a desgraça alheia. Não conseguiu se conter e pensando ser Deus quis com a ira que às vezes é santa enfrentar o leão como um dia Davi enfrentou Golias, encarando o monstro nos olhos e não compreendeu que não era uma a fera, mas muitas sob a forma de crianças que não mais eram. Quis fingir ser mau e pronto a sacar sua arma, mas assim somente despertou ainda mais a raiva dos monstrinhos e ai então percebeu o quão era indefeso e fraco e se usasse da agressividade e gritos insanos, seria massacrado e pisoteado pela turba. Lembrou e agiu como seu mestre, ao invés de terror exalou o amor e perfumou acalmando os cães que no fundo só queriam receber carinho. Falando baixo os chamou de filhos e assim domesticou a raiva de todos. Quis abraçá-los a todos e estes entenderam que estavam de frente a aquele que os ama e que até seria capaz de se sacrificar-se por eles. No meio de tudo isso levou um chute sim, da mais magrinha e pequenina menina e fez disto uma brincadeira de criança, um pega-pega inocente que um dia todos nós brincávamos e a cena inusitada e circense a todos fez rir trazendo com a alegria a paz e o amor que a todos nós faz cessar e acabar toda e qualquer dor. E assim a paz e tranqüilidade de antes voltou.

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